Todos esses mercados – de cigarros, medicamentos, autopeças, combustíveis e celulares – são altamente regulamentados. Isso não impede a existência de mercados ilegais dessas mercadorias.

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É lógico e evidente que, uma vez estabelecido um mercado de maconha regulado, fiscalizado e taxado, continuará existindo um mercado ilegal de maconha, que não cumpre nenhuma regulamentação e não paga impostos. Esse mercado ilegal – também conhecido como tráfico de drogas – poderá até aumentar, porque um número maior de pessoas experimentará a droga e irá procurar uma alternativa mais barata e mais forte do que a maconha vendida com nota fiscal.

Foi exatamente isso que aconteceu na Califórnia, como mostra uma reportagem do New York Times (que não é propriamente um jornal conservador) publicada em abril de 2019, cuja manchete é “Piorando, Não Melhorando: Mercado ilegal de maconha está crescendo na Califórnia apesar da legalização”. A mesma coisa aconteceu no Canadá: mesmo depois da legalização da maconha, 75% dos consumidores continuavam comprando a droga vendida pelo tráfico.

A repressão ao tráfico de drogas tem que ser endurecida ao máximo. As penas para os traficantes seriam aumentadas e aplicadas com total rigor.

Resta agora lidar com o principal argumento usado pelos defensores da “descriminalização do porte de maconha para consumo próprio”. Esses defensores alegam que seu objetivo é proteger o dependente químico e evitar que ele acabe na prisão. “Dependência química é uma questão de saúde”, eles dizem, “e deve ser resolvida com tratamento, não com prisão”. A intenção da “descriminalização”, seria, então, proteger o usuário.

Vamos testar se a intenção é essa mesmo?

Eu faço a seguinte proposta: vamos acabar com todas as punições para o usuário. Ficaria liberado o consumo de qualquer tipo de droga, na quantidade que o usuário resolver consumir. Mas há uma condição.

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A repressão ao tráfico de drogas tem que ser endurecida ao máximo. As penas para os traficantes seriam aumentadas e aplicadas com total rigor. O criminoso condenado por tráfico de drogas deveria estar sujeito a uma pena mínima de 20 anos de prisão (podendo chegar até 40 anos) sem qualquer possibilidade de progressão de regime ou de qualquer outro benefício.

Nada vai acontecer com alguém flagrado consumindo drogas. Mas o sujeito flagrado traficando drogas tem que ficar em uma cela no mínimo 20 anos. Essa é a proposta: consumo liberado, pena duríssima para o tráfico.

Com as palavra, os defensores da “descriminalização”.