E aí o Vaticano teve de recuar. Na mesma coletiva em que se deu aquela conversa surreal com Diane Montagna, o prefeito Ruffini avisou que nenhum participante do Sínodo seria punido se falasse com a imprensa, e que era tudo questão de “discernimento pessoal”. No fim de semana, a coletiva contou até mesmo com o cardeal Fridolin Besungu, da República Democrática do Congo, e com a freira Leticia Salazar, chanceler da diocese de San Bernadino, na Califórnia. Não que eles tenham falado muito: pelo relato de Allen, ambos deram apenas informações genéricas sobre temas discutidos nos grupos em que o Sínodo está dividido nesta primeira fase. 39y39
Se a pressão para que o “espírito do Sínodo” seja uma cópia do Zeitgeist fosse apenas externa, eu realmente veria sentido em proteger as discussões sinodais. Mas sabemos que não é assim, que muita gente dentro da Igreja quer transformá-la no que ela não é. Então, o melhor neste caso é abrir os janelões, como pediu São João XXIII falando do Concílio Vaticano II, e permitir que acompanhemos, na medida do possível, quais pressões heterodoxas estão sendo feitas dentro da Igreja, e quem as está levando adiante. Como disse na semana ada, temos de separar os pastores dos lobos, e o Sínodo tem de servir ao menos para isso.