De 12 a 13 de março, está registrada no Portal da Transparência uma viagem do vice-presidente ao Rio de Janeiro. Com equipe de 13 seguranças e assessores, a viagem custou R$ 130 mil. As agens tiveram valor médio de R$ 8 mil. Houve gastos extras no valor de R$ 18 mil. Não há registro dessa viagem na agenda oficial do vice.

Alckmin esteve em Curitiba em 20 de março para o Encontro de Municípios Paranaenses. Com equipe de 28 seguranças e assessores, a viagem custou R$ 140 mil. O vice permaneceu por apenas três horas na capital paranaense.

A viagem do vice-presidente ao Rio de Janeiro em 22 de março, com equipe de 22 seguranças, custou R$ 146 mil. A viagem para Florianópolis, em 26 de janeiro, custou R$ 133 mil.

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Presidente e vice juntos

Alckmin também esteve em eventos liderados pelo presidente Lula, o que aumentou as despesas com as viagens. Em 15 de março, em Porto Alegre, o vice prestigiou o anúncio de ações e investimentos do governo federal para o Rio Grande do Sul. Em seguida, em Lajeado, esteve na cerimônia de novos anúncios e prestação de contas do governo federal na reconstrução dos municípios gaúchos após as enchentes de 2023. Só a viagem do vice custou R$ 246 mil. As dez agens mais caras custaram em média R$ 11 mil.

No dia 2 de fevereiro, Lula e Alckmin fizeram visita à fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo. Houve o anúncio do Novo Ciclo de Investimentos da Empresa no Brasil. O presidente e o vice posaram para fotos num veículo conversível da marca VW. Estiveram juntos também na inauguração do Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre e na visita à fábrica da Embraer, em São José dos Campos (SP). Nesses eventos conjuntos, presidente e vice viajam cada um na sua aeronave oficial, por questões de segurança. Mais despesas.

Vários eventos em São Paulo se justificam pelo fato de o vice-presidente ser também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Ele fez visitas a fábricas e manteve encontro com dirigentes de entidades empresariais.

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Vice-Presidência responde

A Vice-Presidência afirmou ao blog que o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços “cumpre suas obrigações oficiais, atendendo a demandas e convites do setor produtivo, participando de inaugurações de empreendimentos industriais, representando o presidente da República em eventos, visitas e vistorias, além de cumprir agendas conjuntas a seu pedido”.

Sobre o fato de presidente e vice viajarem cada um no sua aeronave oficial, a Vice-Presidência respondeu: “Em cumprimento à orientação de segurança que segue padrão internacional, as duas primeiras autoridades da linha de sucessão presidencial não devem viajar a bordo das mesmas aeronaves. A utilização das aeronaves da FAB pelo VPR se dá em estrita consonância com a legislação pertinente, e seu emprego varia de acordo com a disponibilidade dos modelos e o número de ageiros. Além disso, prezando pela otimização de recursos, o uso das aeronaves é feito sempre de forma compartilhada com outras autoridades e suas comitivas”.

A Vice-Presidência da República afirmou inicialmente que “desconhece os critérios a partir dos quais a reportagem da Gazeta do Povo chegou aos valores mencionados. A VPR realizou R$ 385 mil em despesas de viagens em 2024 – que, inclusive, estão publicadas no Portal da Transparência”.

Mas o fato é que a maior parte das despesas – R$ 2,8 milhões – foi paga pela Presidência da República (dados do Portal da Transparência). A Vice-Presidência pagou realmente apenas R$ 385 mil. A reportagem do blog é sobre as despesas das equipes de apoio ao vice-presidente – seguranças e assessores – e não sobre quem paga a conta. Quem paga, no fim, é o contribuinte.

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Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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