E mesmo assim o chefe de governo quer a cabeça do presidente do nosso Banco Central, a única cabeça pensante econômica que está dando certo – porque a ministra do Planejamento está pedindo corte de gastos e duvido que ela seja atendida. E aí fico pensando se ela vai aguentar ficar no governo.

Deputada quer impedir repetição do esquema do Mais Médicos para bancar ditador em Cuba

Quero falar do caso do dinheiro para os médicos cubanos. Vocês sabem: no primeiro Mais Médicos, eles recebiam – aliás, o governo brasileiro pagava com o dinheiro dos nossos impostos – R$ 11,5 mil e eles só recebiam cerca de R$ 3 mil, o resto ia para o governo cubano. E ainda havia um intermediário que levava mais um pouco, a Organização Panamericana de Saúde, que alegava que todos os médicos eram funcionários do governo cubano. Ou seja, o governo cubano estava alugando funcionários, alugando médicos. O Ministério Público do Trabalho, aqui no Brasil, entenderia isso facilmente como trabalho análogo à escravidão, porque esses profissionais não recebiam, eram usados, havia intermediários. Os cerca de 200 que ficaram no Brasil entraram na Justiça para cobrar do governo brasileiro o restante do dinheiro que eles não receberam. Digo isso porque, com essa história de medida provisória ressuscitando o Mais Médicos, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) está propondo uma emenda à MP que atende aos cubanos que ficaram por aqui, para que eles recebam diretamente o salário, sem intermediários.

Tem uma outra questão a ser resolvida: o ensino de Medicina em Cuba é muito rápido; eles têm fábrica de fazer médicos, médico de família que faz umas receitas bem esquisitas aqui de coisas baratas, claro. Pode ser que dê certo, mas fica estranho porque os brasileiros que vão lá por amor a Cuba, por amor ao regime cubano, fazem Medicina lá e depois se queixam que não am no Revalida aqui no Brasil, dizem que é muito duro. Ou seja, as exigências para ser médico no Brasil são aquelas que respeitam o paciente brasileiro, o que não estava acontecendo com os cubanos que vieram para cá. Isso era uma injustiça para com os brasileiros, os pacientes, e ainda havia a outra injustiça, para com os cubanos que ficavam só com 30% do salário.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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