Na última terça (5), a Operação Dakovo prendeu 19 pessoas suspeitas de participação em um sofisticado esquema de tráfico internacional de armas que teria movimentado R$ 1,2 bilhão em três anos. A investigação apontou que os armamentos eram importados da Europa através de uma empresa paraguaia e comercializados a facções criminosas brasileiras.

Os mandados foram cumpridos em cinco estados brasileiros, no Paraguai e nos Estados Unidos. As investigações começaram em 2020 em Vitória da Conquista (BA) após a prisão de dois indivíduos portando 23 pistolas croatas e dois fuzis adulterados, além de munições e carregadores.

O grupo desarticulado enviava armas ilegalmente da Europa para a América do Sul, utilizando uma empresa em Assunção, capital paraguaia. Os armamentos, como pistolas, fuzis e munições, de fabricantes croatas, turcos, tchecos e eslovenos, eram adulterados no Paraguai e, em seguida, revendidos a intermediários na fronteira com o Brasil.

Os intermediários, por sua vez, reavam as armas às principais facções criminosas brasileiras, incluindo o PCC. A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai destacou que as armas eram revendidas em pequenas quantidades a pessoas utilizadas como “laranjas”, como empregados, diaristas ou estudantes, principalmente em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil, usando valores baixos para evitar fiscalizações.

Além das conexões com facções criminosas, as investigações revelaram que alguns armamentos foram vendidos a "locais de caça e pesca que se comprovaram inexistentes". As armas, conforme apontado pela Polícia Federal, eram utilizadas em diversos crimes, incluindo roubo, latrocínio, narcotráfico e terrorismo.

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