Ainda durante o anúncio, a ministra Nísia Trindade, da Saúde, explicou que cerca de 300 unidades de saúde foram destruídas no estado, e que já recebeu 346 propostas de projetos de recuperação e reconstrução destas estruturas e também de hospitais. Estes locais serão financiados por recursos da medida provisória encaminhada por Lula ao Congresso que destina R$ 816 milhões, além dos R$ 63 milhões já empenhados para ações emergenciais. 5u1b4m
Ela ressaltou, ainda, que “não está faltando medicamentos na nossa relação com as secretarias estadual e municipal de saúde. Não estão em falta vacinas, muito importante frisar isso. Somos vitimas de desinformação criminosa levando pânico à sociedade. Serão destinadas 1,2 milhão de doses de vacinas necessárias”.
Nísia pontuou, ainda, que já há kits de emergência suficientes para atender 1,5 mil pessoas durante um mês.
O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, ressaltou que serão apresentadas novas medidas econômicas e de reconstrução ao estado a cada dois dias, em média, e que será um longo trabalho.
“Nenhuma medida isoladamente vai resolver o problema que estamos enfrentando, que é monumental. Então temos que ir acumulando ao longo dos dias, porque dia sim e dia não haverá anuncio. É uma tarefa que será longa. [...] A cada semana serão duas ou três medidas até termos clareza de que estamos de posse de todo o ferramental necessário para agir em cada situação especifica”, pontuou que terá reunião com bancos públicos na quinta (16) para tratar de medidas de emprego e que vai atender a prefeitos na semana que vem.
Leite voltou a lembrar que pediu a quitação da dívida com a União – o que não foi atendido –, e disse esperar que Haddad entenda que o estado vai perder arrecadação por conta dos estragos causados pelas enchentes às empresas e indústrias, o que pode levar a uma dificuldade de gerar os R$ 11 bilhões que deixam de ser pagos e que terão a aplicação obrigatória na reconstrução.
Lula tentou amenizar a fala e disse que “é tanto dinheiro, mas tanto dinheiro [...] Na vida, quanto mais o Haddad achar que ta colocando muito dinheiro, mais o Eduardo vai falar que não dá, e assim com moradores e prefeitos. É um processo, isso faz parte da nossa cultura”.
“Todo mundo que cuida de dinheiro não quer liberar, ele vai criar dificuldade, com razão, porque é nas costas dele que vai arrebentar se alguma coisa der errada. Temos que sensibilizar as pessoas que o máximo que estamos fazendo não é o máximo, é o necessário”, pontuou afirmando que “todas as pessoas que perderam suas casas vai ter o direito de ter uma casa no padrão do MCMV faixa 1 e 2”.
E fez um apelo aos prefeitos para terem agilidade na apresentação de propostas, para o governo atestar se há morosidade, burocracia ou não na Caixa para analisar e liberar os recursos.
O anúncio das novas medidas de apoio ao estado ocorreu pouco depois de uma visita de Lula a um abrigo da cidade de São Leopoldo (RS), na Grande Porto Alegre, acompanhado da primeira-dama Janja Lula da Silva, ministros, do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, comandantes das Forças Armadas, do governador Eduardo Leite, entre outros membros do governo.
Lula desembarcou com a comitiva na Base Aérea de Canoas (RS), no meio da manhã, e teve uma reunião com Leite para acertar os detalhes do anúncio. Havia a expectativa de que os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o acompanhariam na viagem, mas não foram.
A previsão é que Lula retorne a Brasília no meio da tarde, segundo a agenda oficial.
De acordo com o mais recente boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, divulgado pela manhã, o estado tem 446 municípios afetados pelas chuvas e enchentes, atingindo 2,1 milhões de pessoas. Destas, 538,2 mil estão desalojadas nas casas de amigos ou parentes, e 76,5 mil em abrigos.
As chuvas seguidas por enchentes vitimaram 149 pessoas e feriram 806. Ainda há 108 desaparecidos, e 76,5 mil foram resgatadas pelas forças integradas.