Janja expressou o desejo de reformular o tradicional papel de primeira-dama já desde a época da campanha eleitoral, se recusando a ser vista como a esposa que “recebe chás de caridade” e visita instituições filantrópicas. Ela ressaltou o papel de articuladora de políticas públicas, destacando que tanto ela quanto Lula podem falar para diferentes públicos em espaços distintos, quando necessário. 1w225v

“Meu papel é de articuladora, que fala sobre políticas públicas. Nós podemos estar em espaços diferentes e falando para diferentes públicos quando necessário. Desde a campanha eu dizia que queria reformular esse papel de primeira-dama, da esposa que recebe chás de caridade e visita instituições filantrópicas. Esse não é o meu perfil”, afirmou.

A primeira-dama lembrou um episódio em que viajou sem o presidente para visitar comunidades impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, enfrentando críticas por supostamente ultraar limites, já que não foi eleita para nenhum cargo político.

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Sobre sua atuação, Janja afirmou que Lula dá a ela “total autonomia para eu fazer o que faço. Essa linha de hierarquia não existe entre mim e meu marido”. Ela expressou surpresa com a persistência, no século XXI, das discussões sobre o papel das primeiras-damas.

Janja defendeu a importância de quebrar estereótipos, destacando a necessidade de não se encaixar em padrões pré-estabelecidos e ter liberdade para agir como desejar. “Trata-se de romper essa caixa em que as primeiras-damas são sempre obrigadas a estar. Trata-se de não ter essa caixa. Poder fazer o que quiser”, completou.

A participação ativa de Janja na política chama a atenção desde o início do terceiro governo de Lula. Além da viagem ao Rio Grande do Sul no ano ado, em que substituiu o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ela também influenciou em decisões políticas do presidente, como a revogação de uma medida do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que propunha taxar compras online internacionais até US$ 50.

Mais recentemente, no final de março,Janja participou ativamente da visita do presidente francês Emmanuel Macron ao Brasil, acompanhando a comitiva em uma visita ao Pará e o lançamento do submarino Tonelero, no Rio de Janeiro. Foi ela quem batizou a embarcação a convite da Marinha.

Lula já elogiou a atuação de Janja em diversas ocasiões, destacando-a como uma “agente política” desde sua época na prisão em Curitiba. Ele enfatizou que ela não precisa de cargo para ser importante e que tem uma compreensão significativa da governança do país.