As demissões de trabalhadores com carteira assinada começaram a se materializar a partir de março e se intensificaram em abril, segundo dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. Em março, o Brasil fechou 240,7 mil postos formais. Em abril, foram mais 860,5 mil.

O mês de abril de 2020 foi o pior de toda a série histórica do Caged. No acumulado do ano (janeiro a abril), o Brasil fechou 763.232 vagas formais de emprego. Foram 4.999.981 contratações no período e 5.763.213 demissões.

Na 1.ª quinzena de maio, pedidos de seguro-desemprego subiram 76%

Um efeito do aumento das demissões é a alta nos pedidos de seguro-desemprego. Na primeira quinzena de maio deste ano, foram contabilizados 504,3 mil pedidos de seguro-desemprego. O número representa um aumento de 76,2% na comparação com a mesma quinzena do ano ado, quando foram feitas 286,2 mil solicitações.

Em abril deste ano, os pedidos somaram 748,5 mil, com alta de 22,1% em comparação com o mesmo mês de 2019, quando foram 613 mil pedidos. No acumulado do ano (janeiro a primeira quinzena de maio), são 2,8 milhões de pedidos. Os dados são todos da Secretaria de Trabalho.

A secretaria estima, ainda, que há 250 mil pessoas que poderiam ter solicitado o seguro-desemprego, mas não fizeram, devidos às medidas de isolamento social. Muitas agências do Sine permaneceram fechadas por um longo período e nem todos sabem ou têm o à internet para fazer a solicitação online.

O trabalhador tem até 120 dias para requerer o seguro, por isso muitos preferiram esperar a reabertura de uma agência do Sine. O presidente Jair Bolsonaro editou um decreto em maio classificando as agências como serviço essencial.

Quem tem direito ao seguro-desemprego

Trabalhadores com carteira assinada demitidos sem justa causa e que tenham trabalhado pelo menos 12 dos 18 meses antes da demissão podem dar entrada ao seguro-desemprego. Eles vão receber o benefício por um período que varia de três a cinco meses. Caso eles consigam um emprego com carteira assinada dentro desse período, eles perdem o direito de receber o seguro.

O seguro-desemprego varia de um salário mínimo (R$ 1.045) até R$ 1.813,03, a depender da média salarial dos três meses anteriores à demissão.

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