Por meio de interlocutores, Lira tem sinalizado que um apoio agora à sua candidatura significa não somente espaço na Mesa Diretora da Câmara, como também cargos de primeiro escalão na Esplanada dos Ministérios.
Integrantes do Palácio do Planalto item que uma reforma ministerial em março será fundamental para abrigar deputados que possam dar e à candidatura de Lira. Na lista de partidos que podem ser agraciados estão justamente o PSD, PL e PP.
A expectativa é que estes partidos avancem em pastas que hoje são da cota pessoal de Bolsonaro, como o Ministério da Saúde, comandado pelo general Eduardo Pazuello; o Ministério da Cidadania, comandado por Onyx Lorenzoni; e a Secretaria-Geral da Presidência da República, comandada por Jorge Oliveira, que irá para o Tribunal de Contas da União (TCU). Ainda está nesta conta, a possibilidade de recriação dos Ministérios do Esporte e da Segurança Pública.
A conta do Palácio do Planalto é simples: ao dar espaço para Arthur Lira e minar um eventual aliado de Rodrigo Maia, o governo federal teria condições de impor uma pauta legislativa de reformas liberais e até na área de costumes, algo que não ocorreu durante a gestão Maia. “Melhor uma raposa aliada, que uma raposa adversária”, itiu em caráter reservado, um integrante palaciano da área militar à Gazeta do Povo.
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Se o grupo de Lira e o governo federal tentam atrair parlamentares por meio de cargos, o grupo de Rodrigo Maia aposta em traições no próprio PP e na oferta de cargos na Mesa Diretora e em comissões temáticas para atrair parlamentares.
Apesar de ter sido indicado pelo partido, Lira não é uma unanimidade dentro do Progressistas. Como a votação é secreta, aliados de Maia acreditam que pelo menos 15, dos 40 votos da bancada do PP, podem ir para um candidato de oposição a Lira.
No bloco pró-Maia deve entrar também partidos como o PSDB, DEM, Cidadania, PV, PSL e Republicanos. Todos estes partidos já são naturalmente alijados da Esplanada dos Ministérios e o cálculo político é que, com o comando da Câmara, eles ganham representatividade na Mesa Diretora e comando de comissões temáticas, que tendem a retomar o ritmo habitual no ano que vem. Estas siglas somam, juntas, 151 votos.
Além disso, esse bloco contra com 130 votos da esquerda. Partidos como PCdoB, PT e PDT sabem que dificilmente conseguirão espaço na Câmara em caso de vitória de Arthur Lira, embora o parlamentar tenha dito exatamente o contrário para os deputados da esquerda.
Apesar de organizado, o bloco de Maia ainda não definiu qual será o seu representante. Na lista de possíveis candidatos, está o líder do MDB, Baleia Rossi (SP); o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP); e Elmar Nascimento (DEM-BA).