Segundo os policiais, após o ree das informações aos superiores, foram realizadas reuniões, mas nenhum plano de contingência foi apresentado ao efetivo do batalhão. Disseram também que, a pedido da inteligência da PM, foi solicitado sigilo sobre as informações envolvendo a possibilidade de invasão, que se concretizou no final da noite de 17 de abril.

A reportagem da Gazeta do Povo procurou a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para comentar o conteúdo das declarações dos policiais. A Sesp informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não vai se manifestar sobre assuntos que estão sob investigação". A reportagem procurou também o comando da Polícia Militar, por meio de contato com a assessoria de imprensa, mas não teve nenhum retorno. A Gazeta do Povo permanece aberta às informações e esclarecimentos das instituições.

Relembre o caso da invasão a Guarapuava

Por volta da meia-noite do dia 17 de abril, cerca de 30 bandidos fortemente armados tentaram assaltar uma empresa de transporte de valores, em Guarapuava. Na ação, que avançou pela madrugada, o grupo tentou acuar a Polícia Militar (PM), que reagiu. A ação causou pânico na população, com os bandidos fortemente armados trocando tiros com a polícia e incendiando veículos.

Moradores foram feitos de reféns em um escudo humano para que os bandidos não fossem alvejados. Três policiais foram atacados. Um deles levou um tiro na cabeça e ou por cirurgia. Outro PM teve fratura exposta na perna. O policial que estava ao volante teve ferimento leve no peito e só não morreu porque o projétil de fuzil acabou contido pelo celular que estava no bolso do colete à prova de balas que foi perfurado. Um morador levou um tiro de raspão no braço.

A Secretaria de Segurança Pública confirmou que doze veículos usados pelos assaltantes foram localizados no dia seguinte à tentativa do assalto. Quatro desses veículos foram queimados e utilizados como barreiras para bloquear o trânsito na rodovia BR-277. Também foram encontradas armas, munições, capacetes e coletes balísticos,  facas, celulares, lanternas, um par de placas de veículo e R$ 1,4 mil em espécie. Todo o material coletado foi encaminhado para análise da perícia e cruzamento com o banco de dados de impressões digitais da Polícia Civil.

Nos dias seguintes à tentativa de assalto, um grande esquema de captura foi acionado, inclusive com uso de drones com câmeras que detectam a temperatura corporal, dados de banco genético, cães e perícia de armas. Além da área rural de Guarapuava, no distrito de Palmeirinha, a operação se estendeu aos municípios vizinhos de Pitanga, Turvo e Laranjeiras do Sul.

A operação de captura envolveu 260 policiais, entre equipes locais e reforços de grupos especializados de Curitiba. Um suspeito de colaborar com os criminosos chegou a ser preso, porém, após ser ouvido pela Polícia Civil, foi solto por falta de evidências que justificasse a para prisão em flagrante.

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