O sistema é integrado entre as universidades e o SUS municipal, permitindo que todos os profissionais tenham o ao prontuário do paciente. 4h2425
Em julho, foram atendidos 138 pacientes que saíram direto do hospital para as clinicas de reabilitação das universidades de Maringá. Em agosto, os pacientes aram de 200. E a tendência é a demanda continuar aumentando, já que a pandemia ainda não acabou e pode haver uma demanda reprimida de pacientes nos quais os sintomas das sequelas ainda não apareceram.
De acordo com Puzzi, tirar o paciente sequelado da fila ambulatorial é o melhor a ser feito em termos de gestão. Sem um atendimento coordenado, aponta o secretário de Saúde de Maringá, esse paciente ficaria circulando por médicos de diversas áreas no SUS, que tratariam apenas um sintoma específico. “Sem esse atendimento coordenado o paciente sequelado teria um atendimento ainda mais lento, teria mais dificuldade de obter resultados dentro da agilidade que esse tratamento requer”, justifica o secretário.
“A rede SUS já era sobrecarregada antes da pandemia e vai receber uma nova carga agora com as consultas e procedimentos de outras doenças que não puderam ser feitos na pandemia. Então a gente teve que montar essa nova estratégia para que esses pacientes sequelados não confluíssem com as demandas que já existem”, reforça Puzzi.
A Gazeta do Povo solicitou à Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informações da estratégia do governo do Paraná para atender o impacto da entrada dos sequelados da Covid no SUS. Não houve retorno até o fechamento desta reportagem, mas o espaço permanece aberto.
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A Santa Casa de Curitiba é um dos hospitais que vai implantar um departamento exclusivo para coordenar o tratamento de pacientes com sequelas da Covid-19. Inicialmente, o serviço começará com aproximadamente 500 atendimentos por mês.
O Centro Multidisciplinar de Reabilitação Pós-Covid da Santa Casa será atendido por 12 especialidades médicas e mais as equipes de enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, assistência social e outros profissionais. Porém, ressalta o diretor técnico da Santa Casa, o médico Altemar Paigel, todas as 30 especialidades do hospital poderão ser acionadas se houver necessidade no tratamento.
Paigel explica que esse tratamento multidisciplinar das sequelas da Covid-19 é fundamental, com uma triagem de diversas especialidades. "Esses sequelas ainda são muito subdiagnosticadas porque são vários sintomas que muitas vezes o paciente não consegue perceber que têm relação com a Covid-19 e que se não forem tratados podem se agravar", reforça o médico. "Muitas vezes o paciente nota e vai procurar tratamento para uma falta de ar, por exemplo, mas não percebe ou não relaciona que a queda de cabelo que está tendo também é uma sequela da Covid", reforça o diretor-técnico da Santa Casa.
Paigel acredita que não só a rede pública, mas também a rede privada, deva adotar esse tratamento multidisciplinar para que o paciente possa voltar a ter uma vida normal o mais rápido possível, reduzindo inclusive impactos econômicos na sociedade. "Essas pessoas com sequelas da Covid se não forem tratadas adequadamente, com uma visão holística, de todas as necessidades de atendimento, além de ficar batendo e voltando nos ambulatórios de especialidades, vão levar mais tempo para renderem no seu trabalho, nas interações familiares e círculos de amizades. Ou seja, vão demorar para serem reintegradas na sociedade", aponta o diretor-técnico da Santa Casa de Curitiba.