O índice mede o potencial de contaminação do vírus. A epidemiologia considera que uma doença está sob controle quando o índice está abaixo de 1, o que indica que um doente contamina menos que uma nova pessoa, fazendo que, no longo prazo, o número de novos casos diários seja menor que nos dias anteriores. 4l1d4t
Depois de um pico de taxa de reprodução de 3,5, registrado em 6 de abril, o Paraná vinha baixando seu índice e chegou a ficar abaixo de 1 entre os dias 7 e 17 de maio. O melhor índice foi no dia 12 (0,77). Justamente na segunda semana de maio, quando os decretos de restrições de circulação de pessoas nas cidades paranaenses foram afrouxados, como os que determinavam o fechamento de parte do comércio, o índice ou a crescer.
Atualmente, o nível de transmissão do coronavírus no Paraná só está abaixo dos níveis do Mato Grosso do Sul (2,82) e do Mato Grosso (1,59). A média brasileira já está abaixo de 1, é 0,98. “Enquanto no Brasil todo o Rt (taxa de reprodução do vírus) vem diminuindo, no Paraná a situação piorou bastante. O Rt está subindo e chegou em 1,51. Mesmo Santa Catarina, que afrouxou as restrições sociais antes do Paraná, está com a situação mais controlada, com Rt 0,82”, comenta o estatístico Wagner Hugo Bonat, um dos autores do estudo.
Na última semana, o Paraná registrou seus piores índices de isolamento social pelo monitoramento da empresa In Loco Inteligência de Dados. Segundo o levantamento, que monitora a circulação dos usuários de mais de 60 milhões de aparelhos celulares do país, apenas 35,1% dos paranaenses respeitaram o isolamento social no dia 12 de junho (sexta-feira), o índice mais baixo desde 18 de março.
A média de novos casos diários no estado também foi a maior na semana entre 4 e 6 de junho, com 331,6 casos por dia, ante 255,1 da semana anterior. Nota técnica da UFPR aponta que a aceleração da disseminação da Covid-19 é motivo de preocupação no Paraná, sugerindo que medidas de distanciamento social mais rígidas devem ser impostas, sob o risco do sistema de saúde pública ficar perto do colapso nos próximos 30 dias.
“O achatamento da curva de transmissão observado possibilitou que não houvesse colapso do sistema de saúde no Estado do Paraná até então, e demonstrou a efetividade de medidas de distanciamento social. No entanto, o aumento da mobilidade social e a diminuição do distanciamento, notados a partir da segunda semana de maio, têm elevado o número de novos casos diários com o consequente aumento a taxa de ocupação de leitos hospitalares”, diz a nota técnica.