O decreto de Curitiba diz: “Os agentes públicos deverão ser afastados de suas atividades laborais, mediante prescrição médica ou por notificação de isolamento domiciliar (...) Os agentes públicos com idade igual ou superior a 65 anos e gestantes deverão permanecer no respectivo domicílio, mediante dispensa do registro da frequência, até receberem determinação de retorno ao trabalho”.

Flaviano Ventorim, presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar), explica que os sistemas de saúde particulares do estado estão seguindo padrões para garantir a segurança desses colaboradores. Enquanto alguns estão trabalhando no regime home office ou, ainda, tiveram suas férias decretadas, outros mudaram de área.

“A recomendação é que esses profissionais não trabalhem no atendimento direto, mas se encarreguem de outras atividades. Os hospitais devem avaliar as áreas com mais risco biológico de infecção e fazer com que esses colaboradores não atuem nesses locais”, detalhou.

O porta-voz disse ainda que é importante lembrar que a legislação não permite desvio de função, apenas remanejamento, o que deve ser respeitado pelos estabelecimentos de saúde.

Perda de profissionais qualificados

Ainda que o afastamento de profissionais do grupo de risco seja uma medida de segurança, ela pode significar a perda de especialistas qualificados para os hospitais.

De acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), o Paraná conta com 484 hospitais, privados e públicos. Curitiba tem 60 hospitais gerais e especializados. “Algumas equipes são compostas por profissionais mais técnicos, altamente qualificados, como é o caso das Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s). É muito difícil repor esses especialistas, por isso, apesar de todos os esforços, pode ser que alguns hospitais fiquem limitados e precisem contar com esses profissionais neste momento”, alertou Ventorim.

No Hospital Nossa Senhora das Graças, em média, 25% dos colaboradores foram remanejados, seja por motivo de comorbidades ou devido a necessidades de adequações dos setores de atendimento por se enquadrarem no grupo de risco da Covid-19. De acordo com informações da assessoria de comunicação, cada caso é tratado individualmente seguindo recomendações do Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho.

No Hospital de Clínicas da UFPR, de acordo com informações da assessoria de comunicação, muitos colaboradores estão trabalhando no regime home office, conforme a normativa interna, que diz, em seguinte trecho:

"Art. 12. Os servidores e empregados públicos, considerados vulneráveis, poderão executar suas atividades remotamente". O hospital não informou a porcentagem de colaboradores que se encaixam nessa normativa.

Ventorim destaca que a importância de todos que estão trabalhando nos hospitais nesta pandemia. “Todos os profissionais de saúde são extremamente importantes neste momento e diante de um cenário tão crítico como este, estão demonstrando os verdadeiros heróis que são”, finalizou.

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