Nada disso, no entanto, serviu para abrir os olhos de 17 dos 25 membros do Órgão Especial, que em 2020 decidiram pela abertura do PAD contra Almeida. Felizmente, o tempo decorrido desde então serviu para que a maioria dos integrantes do colegiado percebesse o absurdo que se cometia. Apenas o relator, Robson Marques Cury, e a desembargadora Maria José Teixeira votaram pela pena de censura. Os desembargadores Miguel Kfouri Neto e Astrid Maranhão Ruthes foram ainda mais longe, pedindo a pena de disponibilidade (afastamento da função). Foram minoria – outros 18 votos absolveram Almeida e restabeleceram a justiça. w2y2f
Fracassa, portanto, uma tentativa descabida de manchar uma carreira construída ao longo de décadas sem qualquer atitude desabonadora, e que tem sido marcada por coragem e firmeza, especialmente no combate à corrupção – basta lembrar a atuação de Almeida como relator dos Diários Secretos, o maior escândalo de corrupção da história paranaense, e seus votos em casos como a Operação Quadro Negro. Infelizmente, parte do serviço prestado por Almeida à sociedade paranaense já foi desmanchada por alguns de seus colegas, a ponto de Almeida ter perdido a relatoria dos Diários Secretos – repetindo em escala local o desmanche promovido pelo STF na Operação Lava Jato. Mas, se em Brasília a destruição vai mais longe, lançando sombras sobre a reputação de quem heroicamente trabalhou para combater a ladroagem, ao menos em Curitiba o expediente não prosperou.