Do ponto de vista da saudável dúvida sistemática que o método científico propugna, as quatro “verdades” cheiravam muito mal, e pior ainda os métodos pouco científicos usados para defendê-las. Havia claras indicações de que o vírus não tinha origem natural, mas a mera menção desse fato podia ter consequências dolorosas a quem ousasse o atrevimento; havia médicos importantes que propugnavam protocolos de tratamento, que eram por isso “cancelados” e suas propostas sistematicamente rechaçadas sem a devida consideração e avaliação; havia dúvidas sobre a eficiência do lockdown global, uma estratégia nunca antes testada na história da humanidade nessa escala, e seus efeitos sobre a saúde mental das pessoas, a educação de crianças, jovens e adolescentes, a integridade do tecido social, a preservação da atividade econômica e a sanidade das ações políticas que eram asfixiadas tão pronto eram aventadas; havia alguma insegurança sobre vacinas desenvolvidas em prazo tão expedito por métodos tão originais que eram rechaçadas como puro obscurantismo. Não havia o menor espaço para qualquer discussão que contestasse qualquer das verdades oficiais.
Hoje, a Organização Mundial da Saúde contabiliza mais de uma dezena de milhões de mortes suplementares no período de 2020 e 2021. Parte creditável ao covid-19, mas não a maior parte. Milhões morreram que não deveriam ter morrido. De que morreram? Doenças geradas ou agravadas pelo isolamento? Efeitos não previstos de repetidas imunizações? Males físicos e psicológicos causados por desemprego? Falta de atendimento médico adequado em tempo hábil? Ao que tudo indica, pelo que está vindo à tona, o vírus patogênico foi mesmo produzido por manipulação genética em laboratório, protocolos médicos vilipendiados eram preferíveis à inação, o isolamento causou mais mal que bem e as vacinas se revelaram menos eficientes e seguras do que se alardeava.
Quando a política usa a ciência como mordaça não é a ciência que ganha, embora muitos cientistas e “amantes da ciência” venais possam ter tido bons lucros. Pena que os autores preferiram não tocar nesse assunto.
Jairo José da Silva é professor titular de matemática da UNESP e autor de "O que é e para que serve a matemática" (UNESP, 2023).
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