Em 2022, o Código Penal cubano ou por uma extensa reforma, mas a pena de morte foi mantida pelo regime. O novo Código Penal aumentou a extensão da pena capital, elevando para 24 o número de crimes puníveis com ela. Esse número representa quatro a mais do que havia na legislação anterior. De acordo com a ditadura de Díaz-Canel, todos os crimes puníveis com pena de morte no país estão relacionados a “atentados contra a Segurança do Estado”. 64r2m

Cuba Archive detalha casos 1e625j

A Cuba Archive relatou também a história de algumas vítimas da ditadura cubana, visadas devido à sua participação nos protestos de 2021.

Um dos casos relatados foi o de Diubis Laurencio Tejeda, um cubano de 36 anos que foi baleado nas costas pelo policial Yoennis Pelegrín Hernández, em julho de 2021. Tejeda foi vítima de disparos feitos por Pelegrín contra a multidão que protestava contra o regime de Díaz-Canel.

Segundo a ONG, a família de Tejeda não teve direito nem a um funeral digno para o seu ente querido, pois a ditadura ordenou que o velório tivesse apenas duas horas. O policial que o alvejou foi inocentado sob a justificativa de ter agido em “legítima defesa”. Além da falta de punição, Pelegrín, de acordo com a Cuba Archive, ainda recebeu uma promoção e uma motocicleta nova.

Outro caso relatado pela Cuba Archive foi o de Christian Barrera Diaz, de 24 anos. Diaz foi vítima de uma morte extrajudicial também ocorrida em julho de 2021, enquanto tentava fugir de Cuba um dia depois de participar dos protestos. Ele estava tentando sair do país de barco, na madrugada, quando foi surpreendido por tropas de elite do regime. De acordo com a informação reada por amigos de Diaz à Cuba Archive, os militares abriram fogo contra ele e começaram a espancar as pessoas que estavam próximas.

Inicialmente, a polícia cubana informou à família de Diaz que ele estava preso, mas três semanas depois seu corpo foi encontrado já em estado de decomposição na praia de onde ele estava tentando fugir. As autoridades cubanas sustentam até hoje que Diaz morreu vítima de um “afogamento”.

Além de vítimas que participaram dos protestos de 2021, a Cuba Archive também relatou a história de William Padrón Mazfoi, que morreu em março de 2022. Ele estava tentando fugir de Cuba com outras 20 pessoas quando o barco onde estava foi abordado pela Guarda de Fronteira de Cuba e naufragou. O regime cubano diz que ele foi vítima de um “acidente”. A família nunca obteve o laudo da morte de Mazfoi, sua autópsia foi realizada sem a devida comunicação aos familiares e informações acerca do caso estão sob sigilo até o momento.

Os outros casos descritos são os de Nathali Acosta Lemus, Yerandy García Meizoso, Israel Gómez, Elizabeth Meizoso (uma bebê de apenas dois anos), Aimara Meizoso León, Omar Reyes Valdés, Luis Alberto Sánchez Valdés e Indira Serrano Cala. Eles foram assassinados, de acordo com a Cuba Archive, em outubro do ano ado, quando tentavam deixar Cuba de barco.

A embarcação com eles e outras 23 pessoas foi atingida de forma intencional por um navio da Guarda de Fronteira de Cuba e também naufragou. A Cuba Archive relatou que uma mulher grávida que sobreviveu ao “acidente” disse a uma emissora americana que “quando os guardas de fronteira nos viram entrando no barco, eles nos atacaram por trás e neutralizaram os motores. Imediatamente, eles nos atacaram pelo lado e nos disseram que iam partir o barco ao meio. Eles foram atrás de nós com tudo o que tinham, para nos matar, e não tiveram compaixão de nós”.

O regime cubano não se pronunciou sobre os casos divulgados pela Cuba Archive. Os familiares das vítimas continuam sem informações e a impunidade ainda prevalece. Em meio a tudo isso, o regime de Díaz-Canel segue sendo recebido em missões diplomáticas como a de Portugal, onde o ditador cubano foi recebido com um tapete vermelho pelos socialistas que controlam a maioria do parlamento, e pelo papa Francisco, com quem ele afirmou ter tido uma “conversa franca” sobre a “verdadeira situação de Cuba”.

Em ambos os encontros, Díaz-Canel não foi questionado oficialmente sobre as diversas acusações relacionadas a violações de direitos humanos e mortes que pairam sobre seu regime, que a cada ano que a se torna ainda mais cruel e sanguinário.