No mercado americano, Destro, que em inglês se chama The Hammer of Freedom (“O Martelo da Liberdade”), vem alcançando ótimos resultados. Como resultado desse reconhecimento, em janeiro, Luciano Cunha firmou uma parceria com a editora americana Arkhaven Comics.

“É uma via de mão dupla: nós estamos publicando o material deles aqui (já lançamos duas edições da série Alt Hero e temos mais 4 lançamentos no forno) e eles estão publicando nossas HQs lá”, explica. “É uma parceria totalmente grandiosa e inédita que, se não fosse pelo fato de sermos conservadores, estaria em todos os cadernos de cultura e portais geeks do Brasil”.

Luciano Cunha tem 48 anos, nasceu em Duque de Caxias (RJ), é designer gráfico, trabalhou em agências de publicidade e hoje vive das HQs. Suas principais influências nos quadrinhos são Stan Lee, Jack Kirby e John Buscema. Recentemente, ele retomou o Doutrinador com uma nova aventura, chamada Vírus Vermelho. Seu herói mais conhecido agora lida com uma trama global de corrupção. “A surreal geopolítica mundial desencadeada pela pandemia foi um prato cheio para que criar essa história”, diz ele.

A parceria com a Arkhaven incentiva o autor a projetar uma série de outros projetos. Eles agora são gestados dentro de uma editora cocriada por ele há um ano, a Super Prumo. “O objetivo é produzir conteúdo pop, mas com pegada conservadora. Ou, como costumamos dizer, heróis como antigamente, com as tramas focadas em ação e honra, e não em militância identitária”.

É assim, de fato, que a editora se apresenta em seu site: “A editora Super Prumo, uma nova empresa que está nascendo com a ajuda de bravos amigos — mais bravos do que nunca — vai trazer de volta o estímulo para um determinado modo de ser e de uma visão de mundo: o heroísmo, o espírito de sacrifício, a generosidade, a justiça, a grandeza e a alegria”.

ado de esquerda

Luciano Cunha já foi de esquerda, “bem de esquerda, daqueles de usar camiseta do Che Guevara”. Mas hoje é conservador. “Felizmente, amadureci e conheci outros autores, como Raymond Aron e Roger Scruton. Uma vez iluminado, você não quer voltar pra escuridão”.

Desde a época do surgimento do Destro, diz ele, “tenho sido perseguido, caluniado e cancelado na cena de quadrinhos brasileira. Mas, como nunca abaixei a cabeça e me mantive firme em meus propósitos, acabei criando a minha própria cena dentro da cena”. Esse público cativo mantém a editora em pé, diz ele. “E essa ‘sobrevivência’ ao cancelamento irrita sobremaneira os militantes do setor”.

VEJA TAMBÉM:

Use este espaço apenas para a comunicação de erros