Jenkins usa argumentos emocionais e culturais, bem como exemplos de atletas excepcionais, para ofuscar o fato de que, enquanto grupo, homens têm vantagens biológicas em competições atléticas. Insistir que Lia Thomas deixa a natação feminina mais interessante e portanto é uma justificativa para permitir a inclusão de transgêneros é, outra vez, ignorar que o atletismo da NCAA diz respeito sobretudo às conquistas atléticas dos estudantes. É verdade que as histórias de interesse humano que fomos condicionados a esperar, tal como o espetáculo encontrado na atual cobertura televisiva das Olimpíadas, são um subproduto da competição. Mas dizer que isso é o propósito principal do atletismo universitário é demais. 6h65f
O principal argumento de Jenkins ecoa o de muitos que estão do lado dos ativistas trans e defendem que homens biológicos participem de competições femininas: Todo ser humano nasce com certas vantagens e desvantagens – variações genéticas que se manifestam em atributos físicos, tais como altura, comprimento dos braços ou resistência natural – e gênero é só mais um atributo normal. Portanto negar isto é agir contra o espírito de “inclusão”. Jenkins cita a ex recordista mundial e dona de cinco ouros olímpicos, a nadadora Missy Franklin, que, com 1,88 m., certamente tinha uma vantagem com sua altura. Mas ela não tinha anos de testosterona que lhe dariam muitas outras vantagens na piscina, uma coisa gritante quando Lia Thomas nada. E se deixássemos homens maiores, mais rápidos e mais fortes competirem com mulheres, teríamos ouvido falar de Missy Franklin? E de Serena Williams, Megan Rapinoe ou Allyson Felix?
Quem celebra Lia Thomas como mulher tenta lançar um véu sobre o propósito dos esportes competitivos e da biologia. Entende que o avanço do movimento transgênero significa a retirada dos direitos e proteções das mulheres, e que ele depende do debate quanto à justiça ou injustiça de Lia Thomas competir com mulheres.
Enquanto a NCAA e a Natação dos EUA, junto com todos os outros órgãos dos esportes, não defenderem a sacralidade da competição, os direitos das mulheres estarão em perigo. Uma ameaça em uma área é uma ameaça às mulheres em todas as áreas.
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