O primeiro é a pesquisa espontânea, na qual o percentual de votos de ACM Neto cai para 13%, enquanto Jerônimo Rodrigues e João Roma aparecem empatados na segunda posição com 3%. Chama a atenção que 74% dos eleitores que responderam esse questionamento declararam não ter candidato definido até o momento. 174m4z
Outro fator que pode ser decisivo nessa eleição é a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha de Jerônimo Rodrigues.
A pesquisa da Quaest/Genial demonstra a força de Lula na Bahia. Um dos questionamentos apresenta que 53% dos eleitores baianos querem que o candidato apoiado pelo petista vença as eleições, contra 29% de um político ligado ao ex-presidente ou ao atual chefe do executivo, Jair Bolsonaro (PL).
Um índice que pode indicar uma mudança com as campanhas de rua é que, dos eleitores baianos que indicam voto em Lula nas próximas eleições, 70% declararam intenção de escolher ACM Neto como governador da Bahia e apenas 9% apoiavam o candidato petista.
“Neste cenário, no intuito de assegurar esta vantagem, o candidato da União Brasil se afasta estrategicamente da associação à figura de Bolsonaro, da oposição ao candidato à presidência do PT, e se volta às severas críticas às gestões petistas no estado”, complementa Ana Quele.
Em março deste ano, ACM Neto chegou a fazer um aceno a Lula ao declarar que não é adversário do petista. “Lula é candidato à Presidência, eu sou candidato ao governo do estado. Meus opositores são os candidatos ao governo da Bahia. O eleitor não quer ver seu candidato a governador em rixa com o candidato a presidente”.
De olho nesse movimento, João Roma, o pré-candidato apoiado por Bolsonaro, tenta tirar votos de ACM Neto ao vinculá-lo ao PT. Contudo, o próprio PL ainda mantém conversas sobre um eventual apoio ao ex-prefeito. Por mais que o União Brasil queira evitar a nacionalização da disputa na Bahia por causa da alta popularidade de Lula no estado, uma eventual saída de Roma tornaria uma vitória de ACM Neto em primeiro turno mais viável.
Outro indicador que pode preocupar a candidatura de ACM Neto é a fidelidade dos eleitores nesse último levantamento da Quaest/Genial. A pesquisa demonstra que 74% do público que indicou voto em Jerônimo Rodrigues não pretendem mudar de ideia até a eleição. Esse índice, porém, cai para 48% entre as pessoas que pretendem votar no candidato do União Brasil.
“Considerando os números gerais das últimas pesquisas, acredito que ACM Neto vai evitar nacionalizar a eleição. Lula terá um candidato, Jerônimo, e Bolsonaro terá outro, João Roma. Acredito que a campanha de Jerônimo vai demandar a presença de Lula na campanha. Não dá para saber como de fato isso vai acontecer, contudo”, reforça Barros.
Nesse cenário, ainda não é possível avaliar o percentual de eleitores baianos de Lula na corrida presidencial que podem migrar de ACM Neto para Jerônimo Rodrigues na disputa doméstica. Até porque outras variáveis também serão decisivas para a escolha do próximo governador da Bahia em 2 de outubro.
“Os números recentes indicam possível ensaio do voto casado entre Lula e ACM Neto. ACM Neto reúne uma extensiva experiência na gestão da capital baiana e à frente da articulação partidária no Congresso Nacional. Esta bagagem poderá contribuir para o aumento de sua força política e influência no estado. A aliança partidária e o fortalecimento dos grupos de apoio, principalmente no interior da Bahia, são fatores que poderão assegurar a chance de vitória de ACM Neto”, finaliza Ana Quele.