A Secretaria de Política Econômica informou que ainda falta pagar parcelas de R$ 600 às pessoas que têm direito a receber o auxílio emergencial, criado em abril. A legislação obriga o governo a pagar cinco parcelas de R$ 600 a todos os beneficiários, mas muitos só tiveram seus cadastros aprovados há poucos meses, por isso ainda estão recebendo os R$ 600. Em 14 de outubro, ainda restavam R$ 14 bilhões a serem pagos, segundo a SPE.
Além das cinco parcelas de R$ 600, o governo editou uma medida provisória para estender o benefício até o fim do ano, mas num valor menor, de R$ 300. Com isso, além das cinco parcelas, os beneficiários podem receber até dezembro mais quatro parcelas de R$ 300 cada, a depender da data de entrada no programa. Essa extensão garantirá R$ 59 bilhões de injeção de dinheiro na economia neste último trimestre do ano.
A SPE calcula, ainda, que parcela relevante do auxílio emergencial que vem sendo pago desde abril a 67,8 milhões de pessoas foi poupado, ou seja, não foi gasto. Parte desse valor, acredita a secretaria, deve ser gasto neste fim de ano. “Nos parece que uma estimativa conservadora poderia facilmente colocar outros R$ 50 bilhões nessa conta”, projeta a SPE.
Outra medida que continuará injetando dinheiro na economia até o fim do ano é o saque emergencial do FGTS. Essa medida possibilitou que trabalhadores com contas ativas e inativas no fundo pudessem sacar até R$ 1.045 por pessoa. O calendário de créditos a todos os trabalhadores já foi concluído em setembro via aplicativo CaixaTem, mas o de saque segue em andamento até o fim de novembro. Os saques podem ser realizados até dezembro.
No total, são disponibilizados para saque R$ 37,8 bilhões para aproximadamente 60 milhões de trabalhadores. Segundo projeções da SPE, há pelo menos R$ 15 bilhões a serem sacados. “Apesar de não termos informações detalhadas do quanto desse recurso já foi sacado, podemos usar a experiência ada para inferir que cerca de 40% desses R$ 37,8 bilhões ainda não foram sacados. Uma estimativa conservadora nos levaria então a assumir que ainda restam ao menos R$ 15 bilhões a serem sacados em decorrência do saque emergencial do FGTS”, diz a secretaria.
Os mais de R$ 130 bilhões que podem ingressar na economia até o fim do ano se referem somente ao dinheiro extra injetado via saque emergencial do FGTS e auxílio emergencial. Os dois auxílios foram criados pelo governo justamente para ajudar a manter a economia aquecida neste ano de crise causada pela pandemia de Covid-19.
A secretaria do Ministério da Economia afirma que o valor pode ser ainda maior se for considerada a poupança feita voluntariamente pelas classes média e alta. Muitas pessoas dessas classes não perderam seus empregos durante a crise e economizaram valores significativos durante o isolamento social.
“Devido às restrições sanitárias, vários bens e serviços deixaram de ser ofertados e, além disso, o medo de contágio levou a redução na demanda de vários serviços. Assim, as classes médias e alta economizaram volumes expressivos de recursos por não consumirem serviços de restaurante, bares, cinemas, viagens, pela economia nos custos associados ao trabalho presencial etc”, relata a SPE.
A secretaria cita que o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, e sua equipe calculam que esse montante de poupança extra era cerca de R$ 130 bilhões em maio de 2020, considerando a variação dos saldos das aplicações financeiras e sem computar os recursos guardados sem rendimentos pelas famílias.
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